No final de 2011, fui
convidado a ser candidato a vereador pelo Partido dos Trabalhadores. Após
analisar cuidadosamente, vi que
não seria possível empreender este desafio, neste momento.
Tenho diversos compromissos com a universidade e com minha família, que exigem o máximo da minha dedicação. Creio que esta também é uma forma de colaborar para o bem coletivo.
A cidade é de todos
Sou imensamente grato a
todos e todas que me apoiaram. Muitos ainda nem sabem da minha decisão tomada
há alguns dias. Esta decisão não significa cruzar os braços. Continuo
acreditando e trabalhando, como muitas e muitos: sei que a nossa cidade precisa
conquistar a educação de qualidade, a saúde digna, enfrentar o problema da
violência.
É necessário fazer do
trânsito meio de encontros em lugar espaço para transtorno, segregação e
violência. É imperativo fazer com que a urbanização aconteça respeitando a natureza
e o bem estar social, incluindo os mais pobres. A nossa cidade precisa ser de
todos, ou não será de ninguém. Para isto, precisamos combater o cinismo na
política, a falta de transparência, tornar a nossa sociedade justa.
A cultura é instrumento primordial para a reinvenção da nossa sociedade. A arte faz com que sejamos ousados para enfrentar os desafios urbanos.
As soluções são coletivas
Não há soluções mágicas para
Natal. Nos rumos da sociedade, não há caminhos sem o sacrifício de longas
caminhadas, muitas vezes, com pés descalços no chão pedregoso. Um bom começo é
rejeitar as escolhas fáceis, aquelas que nos conduzem às mesmas pessoas de
sempre. Façamos a renovação, nos partidos, nas urnas, nas ruas e nos espaços
virtuais.
Sei que a felicidade
individual a cada dia se torna mais dependente da felicidade coletiva. Isto só
é possível por intermédio da política, que é a arte de utilizar o poder a
serviço de todos, em benefício público. Qualquer interpretação diferente desta
depõe contra a democracia, contra a dignidade humana, nos coloca mais próximos
da barbárie.
A solução é participar
Há quem queira demonizar a política, tão cheia
de vícios e virtudes quanto a nossa sociedade. Esta visão pode estar a serviço
de outros interesses, forma ardilosa de construir a ditadura da ignorância. Os
desvios existem e devem ser combatidos com a participação de todos, única
maneira de construir a cidade que queremos.
De minha parte, continuarei
exercendo a minha cidadania pelo caminho da comunicação, da educação, da
cultura, do engajamento em organizações da sociedade e também pela via
eleitoral/partidária, tão cheia de contradições quanto outras formas de
participação. E tão necessária quanto as outras.
O que não podemos é afundar
na apatia, facilitando a derrota da sociedade. Continuemos lutando, então.